Sentir que precisa ser perfeita para ser uma boa professora é exaustivo. Descubra como se libertar desse peso e ensinar com mais leveza e verdade.
Eu achava que precisava ser perfeita.
Por muito tempo, acreditei que uma boa professora era aquela que nunca errava.
Achava que precisava ter sempre a resposta certa, controlar cada comportamento da turma, organizar todos os materiais impecavelmente, sorrir mesmo cansada, e jamais demonstrar que estava frustrada ou com medo.
Ser forte, estar bem e dar conta de tudo virou um ideal silencioso — e também, uma prisão
O peso invisível que muitas de nós carregamos
Não lembro exatamente quando essa crença se instalou, mas ela foi crescendo.
A cada reunião pedagógica, a cada olhar julgador, a cada comentário do tipo “você precisa se impor mais” ou “se a turma está assim, é porque a professora não tem pulso”.
Passei a confundir autoridade com rigidez.
Acreditava que meu valor estava no nível de silêncio da turma.
E, aos poucos, fui me afastando de mim mesma.
Quando o perfeccionismo se disfarça de dedicação
À primeira vista, pode parecer apenas comprometimento.
Mas, por dentro, muitas vezes estamos exaustas tentando sustentar um padrão que ninguém dá conta.
Esse perfeccionismo não se limita à vontade de fazer tudo certo.
Ele se esconde no medo de dizer “não sei”, no receio de pedir ajuda e na dificuldade de admitir que também estamos em construção.
Mais do que isso, ele nos afasta do que temos de mais valioso — a conexão com os alunos e com nós mesmas.
Um estudo publicado na Revista Iberoamericana de Diagnóstico y Evaluación – e Avaliação Psicológica identificou que o perfeccionismo está associado a altos níveis de ansiedade e depressão em professores, comprometendo sua saúde mental e bem-estar profissional.
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O dia em que me permiti não saber
Demorou para que eu compreendesse: ensinar não é sobre ser perfeita. É sobre estar presente.
Ter coragem de olhar para a criança e dizer “vamos descobrir isso juntas” se tornou um ato de força, não de fraqueza.
Percebi que a autoridade não nasce da rigidez, mas sim da escuta firme, do olhar atento e da empatia verdadeira.
A perfeição distancia. Já a presença aproxima.
Desde que passei a acolher meus erros, aprender com eles e honrar minhas emoções, tudo ficou diferente.
O ambiente da sala ganhou leveza. E eu também.
A educação precisa de professoras reais — não perfeitas
Se esse peso também recai sobre você, quero te dizer algo com carinho e clareza:
Não é necessário saber tudo.
Você não está sozinha — e não precisa carregar tudo sozinha.
Nem sempre estará bem, e ainda assim será uma boa professora.
Mais do que perfeição, a educação precisa da sua presença inteira.
Inteira, humana e consciente. Não impecável..
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Ele foi feito especialmente para educadoras que se sentem cobradas, confusas ou sozinhas na missão de ensinar com propósito.
